
Cirurgias durante o período de covid-19
Conheça sobre este procedimento.
A pandemia de Covid-19 afetou diretamente a prática cirúrgica pela suspensão de procedimentos eletivos e a priorização de cirurgias de urgência e emergência, com o objetivo de reservar leitos para pacientes com infecção respiratória, principalmente em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Assim, o planejamento para a manutenção e a retomada dos procedimentos cirúrgicos, de forma geral, deve ser baseado em novos protocolos e práticas para a prevenção e o controle da transmissão do novo coronavírus (Sars-CoV-2) nos serviços de saúde.
As pacientes sem melhora dos sintomas da doença com tratamento clínico, em tratamento oncológico já no limite de tempo para a cirurgia e pacientes com quadro de emergência e urgência avaliadas por especialista devem ser priorizadas sempre lembrando dos riscos de contaminação.
Baseada na NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 06/2020, nas orientações da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar, recomendam-se alguns cuidados adicionais na rotina das atividades cirúrgicas eletivas essenciais:
Cuidados para procedimentos cirúrgicos em pacientes assintomáticos:
Cuidados para o paciente:
- Utilizar máscara cirúrgica em todo o trajeto do hospital.
Cuidados para equipe médica:
- Gorro;
- Máscara N95/PFF2 ou equivalente;
- Protetor facial;
- Avental cirúrgico (impermeável);
- Luvas estéreis.
* São consideradas cirurgias ou procedimentos com potencial risco para aerossolização com partículas infectantes: intubação orotraqueal; cirurgias de cavidade oral, faringe, laringe e tórax; cirurgias abdominais abertas ou laparoscópicas. Demais EPIs podem ser necessários considerando o quadro clínico e o diagnóstico do paciente.
Lembrar do termo de consentimento, fornecendo a paciente e seu responsável todas as informações e solucionando duvidas necessárias para um procedimento mais seguro.
Cuidados para procedimentos cirúrgicos em pacientes sintomáticos:
Pacientes sintomáticos devem ter sua cirurgia adiada por no mínimo 7 dias do final dos sintomas, a não ser em casos de extrema urgência.
Na impossibilidade de adiamento, o paciente deverá permanecer com máscara cirúrgica a todo o momento e a equipe médica com paramento completo (máscara N95 ou PFF2, gorro, protetor facial, óculos, avental cirúrgico impermeável e luvas estéreis).
Em um estudo recente, pacientes com Covid-19 submetidos a procedimentos cirúrgicos apresentaram maior morbimortalidade no período pós-operatório, sendo que a análise demonstrou que 44,1% dos pacientes necessitaram de UTI e a taxa de mortalidade após admissão na UTI foi de 20,5% (Lei S. et col, 2020). Esses dados geraram muita polêmica em relação a procedimentos cirúrgicos neste período, mas vale lembrar que esse artigo chinês avaliou diversos tipos de cirurgias em muitos pacientes com comorbidades. Contudo, toda cirurgia deve ser avaliada e indicada cautelosamente considerando os potenciais riscos envolvidos.
Testagem de pacientes para avaliação pré-operatória
Não há consenso para realização de teste como rotina pré-operatória do paciente assintomático no cenário da pandemia de Covid 19. Com a facilidade de obtenção de testes PCR por aumento da oferta no mercado, há uma tendência dessa rotina ser incorporada na prática clínica.